Softex marca presença no evento de lançamento do Programa Mulheres e Negócios Internacionais da ApexBrasil

Por Karen Kornilovicz

Segundo dados de inteligência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), atualmente menos de 10% das 14.600 empresas apoiadas pela instituição têm mulheres no topo de suas lideranças.

E para apoiar a participação de companhias lideradas por mulheres em mercados internacionais, a ApexBrasil anunciou durante evento realizado em São Paulo nesta sexta-feira, 2 de junho, o lançamento do Programa Mulheres e Negócios Internacionais e a assinatura do “Compromisso Elas Lideram”, do Pacto Global das Nações Unidas/ONU Mulheres – uma iniciativa para que empresas adotem ações de equidade de gênero.

“Em um país ainda tão desigual como o Brasil, a questão de gênero não pode ser ignorada. E nós temos a oportunidade de fazer transformações muito importantes no ambiente de negócios nacional e no comércio exterior como um todo”, destacou Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.

Como estratégia para atingir o maior número de empresas possível, o Programa Mulheres e Negócios englobará todas as ações que a Agência executa diretamente. Para tanto, a Agência adotará mecanismos inclusivos, tais como pontuação extra, critério de desempate, descontos em taxas de adesão e vagas pré-estabelecidas àquelas empresas lideradas e/ou de propriedade de mulheres. Tais critérios valerão tanto para as companhias no início do processo de exportação ou atração de investimentos, quanto para as que já exportam e desejam levar ou ampliar sua atuação para novos mercados.

Ou seja, independente do estágio do processo de exportação ou internacionalização ou do tamanho da empresa, todas podem contar com o apoio da Agência. Além disso, serão realizadas ações exclusivas para esse perfil de empresas, tais como mentorias ou encontros de negócios. O foco, nessa linha, será prioritariamente para micro e pequenas empresas, startups, cooperativas ou produtoras rurais.

“Este ano, pretendemos chegar a 600 empresas lideradas por mulheres e a 1.000 em 2024. O programa dará um olhar de gênero às ações executadas em inteligência, qualificação, promoção comercial e internacionalização por meio de mecanismos afirmativos que podem ser, por exemplo, vagas direcionadas nos editais e descontos em taxas de adesão”, explica Clarissa Furtado, Gerente de Competitividade da ApexBrasil.

Women in Tech – O setor de tecnologia é, sabidamente, muito masculino. Segundo dados de um levantamento realizado pelo Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da entidade, nos últimos 15 anos a participação de mulheres na indústria de TICs diminuiu 5%, caindo de 25% para 20%.

“Há um desafio enorme para ser superado nesse segmento estratégico para país e, para tanto, é fundamental utilizar nosso espaço de influência. Embora hoje 60% dos formados no ensino superior sejam mulheres, apenas 23% desse contingente forma-se em cursos de engenharia. Há ainda preconceito contra mulheres atuando em profissões de ciências exatas e elas também recebem em média R$ 1.200,00 a menos para ocupar exatamente as mesmas posições”, informou Jéssica Dias, líder de Projetos Internacionais na Softex, no painel Soluções de Promoção Comercial que integrou a programação do evento de lançamento do Programa.

“Gostaria de ver mais mulheres liderando as iniciativas de internacionalização, pois acredito muito no poder da diversidade. Mas, infelizmente, ainda há um desequilíbrio de gênero neste campo”, avalia Flavia Nascimento Head of Growth – North America do CESAR, Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, que atua na educação e inovação impulsionando organizações e potencializando suas estratégias digitais. Por meio do Projeto Brasil IT+, parceria da ApexBrasil e da Softex, ela comanda as iniciativas de internacionalização do CESAR cuja receita de exportação deverá chegar a US$ 6 milhões. Atualmente, cerca de 9% das empresas aderidas ao Brasil IT+ são lideradas por mulheres.

Ana Paula Repezza, Diretora de Negócios da ApexBrasil, ressalta que a inclusão de empresas lideradas por mulheres nos fluxos de comércio exterior e de investimentos estrangeiros tem efeitos intergeracionais. “Dados das Nações Unidas mostram que, ao ter acesso a trabalhos que pagam melhor por suas habilidades e que aumentem sua renda, as mulheres investem parte desses recursos diretamente na nutrição e na educação de seus filhos. Assim, pode-se concluir que o incremento da presença de mulheres no comércio exterior contribui diretamente para o bem-estar das próximas gerações, com a melhoria do padrão de vida dessas crianças e, consequentemente, das oportunidades de acessarem empregos mais qualificados no futuro”.

Para mais informações sobre o Programa Mulheres e Negócios Internacionais visite https://apexbrasil.com.br/content/womanbussiness/br/pt/home.html